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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Fevereiro

Que samba é esse que eu escuto agora?
Onde está a poesia de outrora?
Será que ainda sou romântico demais?
Ou tudo que era bom ficou pra trás?
Hoje em dia tolos são poetas
E poetas são descartáveis
Pois suas letras e melodias fazem o mal
Aos que fizeram do nosso palco
A passarela do vil metal
Já não importa quem porta a bandeira
O Mestre-Sala já não protege o pavilhão
A Bateria não é mais o coração, virou apenas decoração
De um passado glorioso descompassado pela desilusão
No quartel do baixo astral
A Baiana entrou em forma e se sentindo reprimida
Não mais girou comovida por ordem do general
Marchou por toda a avenida e nunca mais foi aplaudida
A festa já não é mais popular
Pois o povo está de fora
E avise para quem acabou de chegar
Que receba esta esmola
Do que restou de uma escola
Que não tem mais o que ensinar


E quando a quarta-feira chegar
O tolo com medo de cinzas virar
Negará três vezes que concorda com o que está a escutar
E dirá que sim,
É o novo samba que eu quero cantar


(Bil-Rait "Buchecha", Nina Rosa e Adam Tommy)

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